Muito tenho abordado nesse blog o assunto ecossistema de educação digital, onde co-habitam os seres bióticos, humanos e digitais, interrelacionados por e com tecnologia Moreira, J.A. et al. (2020) num mundo híbrido de analógico e digital, imerso em rede de conhecimento para se desenvolverem em todos os sentidos com protagonismo da aprendizagem e colaboração.
Ao se pensar na educação em mundo híbrido, imediatamente nos remetemos à separação entre momentos em que convivemos com o físico, o material, a dita forma presencial e os outros momentos, de presença digital, em que estamos on-line e lidamos com conteúdos e ferramentas digitais. Mas essa não é mais a realidade quando falamos em ecossistema educacional, em que a todo momento estamos imersos em um emaranhado de relações e então nossa presença é relacional, nem presencial nem digital, sem o dualismo, dando um novo significado à presencialidade, deixando de reduzi-la à presença física apenas. Schlemmer & Moreira (2019).
Num processo formativo o que importa é a presença relacional, que não está, necessariamente, vinculada a um corpo humano presente no mesmo tempo e espaço. A presença digital já possibilita ao ser humano estar presente por meio da interação tecnológica de várias formas (Schlemmer, 2010; 2013; 2014).
O protagonismo agora é dessa presença relacional, o conhecimento se desenvolve nas interrelações. É, de fato, um conhecimento em rede, vivo, pois ocorre a todos os momentos, posto que é assíncrono, e, com a mobilidade, em todos os lugares.
As possibilidades de conexões de uma rede com essas características são infinitas, bem como a abrangência de um ecossistema assim criado, que pode envolver professores, alunos, instituições de ensino oficiais, salas de aulas e laboratórios presenciais ou virtuais, profissionais, startups, organizações empregadoras ou comunidades, para uma formação educacional de qualidade integrada a competências profissionais atualizadas.
Referências bibliográficas:
Moreira, J.A. et al. (2020). Educação Digital em Rede: Princípios para o Design Pedagógico em Tempos de Pandemia. Universidade Aberta de Portugal. Lisboa, Portugal.
SCHLEMMER, E. 2010. Inovações? Tecnológicas? Na educação. In: D. R. S. MILL; N. M. PIMENTEL. (Org.). Educação a Distância: desafios comtemporâneos. São Carlos: EDUFCar, p. 71-90.
SCHLEMMER, E. 2013. ESPAÇO DE CONVIVÊNCIA DIGITAL VIRTUAL NOS PROGRAMAS DE PÓS-GRADUAÇÃO (STRICTO SENSU) - ECODI-PPGS UNISINOS: uma proposta para a formação de professores-pesquisadores. (Relatório de pesquisa).
SCHLEMMER, E. 2014. LABORATÓRIOS DIGITAIS VIRTUAIS EM 3D: ANATOMIA HUMANA EM METAVERSO, UMA PROPOSTA EM IMMERSIVE LEARNING. Revista e-Curriculum (PUCSP), 12: 2119-2157.
SCHLEMMER, E., MOREIRA, J. A. 2019. Modalidade da Pós-Graduação Stricto Sensu em discussão: dos modelos de EaD aos ecossistemas de inovação num contexto híbrido e multimodal. https://doi.org/10.4013/2019.234.06
Luiz Leitão
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